11.12.16

PROCESSO DE SUBLEVAÇÃO DA METAFÍSICA EM DETRIMENTO DA METÁFORA NA COMUNICAÇÃO DOS TEMAS DA FÉ CRISTÃ

Leonora Ramos Carvalho dos Santos Este trabalho tem por finalidade e objetivos abordar de uma forma cognitiva dentro de uma construção filosófica a capacidade metafórica de se fazer entender o devir do cristianismo, tomando como base o saber filosófico da estrutura grega de conhecimento e manipulando o conceito de seus pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles, Heráclito e Parmênides, pensadores estes apresentados no texto em análise, para se fazer valer a voz da univocidade cristã e sua exigência categórica de centralidade de pensamentos e vontades. Faz se necessário realizar uma anamnese em textos e contextos gregos, com pretexto de valorizar o ciúme necessário exigido pelo Deus desconhecido e validar a sua teologia economicamente manifestada aqueles que o buscam fora do mundo concreto, utilizando a metafísica como ponte espiritual entre estes saberes e imanen no mundo inteligível do ser, aproveitando a plataforma de avanço helênica com todas as suas conquistas para junto conquistar também. Palavras-chave: Metafísica. Metáfora. Devir. Univocidade.Teologia. Cristianismo. INTRODUÇÃO Ao encontrar o mundo grego pela frente, o cristianismo tem em si um grande desafio de conquistar o conquistador, vencer o vencedor. Torna-se vencedor em sua tarefa o cristianismo precisa entender como funciona a mente do conquistador em seu modus operandi, na verdade o seu vir-a-ser, as suas crenças e seus axiomas da funcionalidade da transformação incessante das coisas, dos seres animados e inanimados, do concreto e do abstrato, para que desta maneira tenha ferramenta para metaforizar as verdades gregas com as verdades cristãs, na intencionalidade de levar a luz aos cegos na escuridão do conhecimento e então conforme cita o apóstolo Paulo, “trazendo todas as coisas a luz”, citado em I Cor 4:5, e assim conseguir cumprir a sua missão. DESENVOLVIMENTO Sistematizar o conhecimento da fé cristã é algo que demanda tempo e tempo a história da humanidade tem muito a oferecer, é preciso entender e compreender que relativizar algo novo como o cristianismo sem uma base teórica e se uma fundamentação filosófica reconhecida por uma sociedade dita civilizada, seria algo impensável e talvez improvável, enfrentar a sociedade grega, com todo a sua bagagem de opinião (doxa) e verdade (alétheia). Pode-se perceber com muita segurança que novamente, Davi enfrentaria Golias, e por incrível que possa parecer Davi venceria novamente. A questão em se entender que devido a sua pluralidade de voz ou talvez, a sua necessidade de se expressar a unicidade de alguns pensamentos, favoreceu a compreensão e apropriação de uma visão dualística no mínimo de alguns conceitos, se cheio, vazio, se muitos, nenhum, se pluri, uno e dentro desta epistemologia ideológica grega, a formação da cognição de uma teologia cristã deve ser um processo agressivo, não como mais uma linha de pensamento helênica, mas descredenciando e conquistando os seus valores filosóficos e a fé helênica de que tudo acontece naturalmente (doutrina de Heráclito), precisa ser parada, pois o fluxo normal da vida humana sem uma decisão racional o levará certamente para longe deste Deus desconhecido. A metafísica platônica em consonância com Parmênides e Heráclito, define que a matéria é por natureza imperfeita, e que o mundo material é totalmente mutável, Platão aconselha que a filosofia deve abandonar esse mundo sensível e ocupar-se com o mundo verdadeiro, invisível aos sentidos e visível apenas ao puro pensamento. Ele diz, O verdadeiro é o ser, uno, imutável, idêntico a si mesmo, eterno, imperecível, puramente inteligível, características estas que facilmente podem ser credenciadas ao Deus do cristianismo. Ainda em seu mundo de diálogo como o mito da caverna Platão sugere que o mundo fora apresenta cores e sabores desconhecidos em contracenso com aqueles que habitam perene, confortável e solene no seu habitat natural. Neste ponto percebe-se uma grande oportunidades de utilização de metáforas a favor da cultura e teologia cristã. Platão incuti a idéia de reminiscência, princípios importantes para a teologia cristã, a idéia da imortalidade da alma, para tanto ela não poderia ser desprezada, estabelece que existe ponte entre a vida e a pré vida. É de grande valia entender e compreender que a teologia cristã encontra na filosofia grega base teórica suficiente para poder expressar a sua experiência de vida e fé, compreender que a metafísica foi fundamental, para referenciar a fala da univocidade da fé cristã, e de uma maneira didática apresentar o método cognitivo ideal para embasar as suas verdades. CONCLUSÃO Logo na aproximação e valorização do discurso teológico-cristão da filosofia grega, desqualifica-se a questão cristã do dogma e passa a se praticar uma visão da semiótica internalizada do ser, pois o Deus que tudo vê, realmente tudo vê, inclusive o seu interior, e quem é você? Ou quem é o ser? Quem é a alma? Nessa ótica a metafísica se gradua como fundamental elo para se fazer chegar ao cerne daquilo que a teologia cristã estima por mais valoroso, o coração do homem. REFERÊNCIAS Rocha, Alessandro Rodrigues, Teologia sistemática no horizonte pós-moderno: um novo lugar para a linguagem teológica, - São Paulo: Ed. Vida, 2007. THOMPSON, Frank Charles. Bíblia de Referência Thompson, São Paulo, Vida, 2010. SHEDD, Russel P.. A Bíblia Vida Nova, Brasília, Vida Nova, 1995.

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